Você já tem namorado (a)? Meu filho vai casar com a filha de fulaninha! ♫ Com quem será? Com quem será que fulano vai casar? ♪ Frases tão comuns entre os adultos, mas que envolvem os pequeninos e instigam suas mentes curiosas. Depois o povo reclama!
O título desse post foi pronunciado por minha filha de 8 anos na semana passada. Estávamos retornando de uma programação, quando ela começou o diálogo: “mãe, quero te contar uma coisa, mas a senhora não briga comigo?” Duvido que algum pai iria dizer que brigaria sem nem saber do que se tratava, até porque a curiosidade não permite. Antes, portanto, pensei que ela tinha quebrado ou perdido alguma coisa que eu tanto advirto. Ledo engano, ela simplesmente disse: “mãe”, — e diminuindo o tom da voz, quase arrastando, como se escapasse entre os lábios, ela completou — “estou apaixonada!”.
Minha reação foi firme e sem rodeios: “É mesmo? Quem é?”. Nosso diálogo continuou no dia seguinte quando estávamos sozinhas em casa. Mesmo supondo que dificilmente ela vai fazer o que aconselhei, sobre esperar até a adolescência e que nessa fase o que pensam que é paixão, é apenas um sentimento mais forte de amizade.
Enfim, o “amiguinho” que despertou esse sentimento na minha filha é, segundo ela, um garoto estudioso e que gosta de ler muito, toda semana faz empréstimos na biblioteca do colégio. Sem apoiar o namoro, tentei tirar proveito da situação incentivando-a a ler e estudar mais, pois mulheres inteligentes são mais atraentes. Ela concordou e já leu “O Pequeno Príncipe”, porque ele perguntou se ela já havia lido.
Creio que não podemos fechar os olhos para esse momento de descoberta, até porque se formos lembrar, nós também sentimos isso um dia. Lembro que para minha formatura de ABC eu escolhi um garotinho qualquer, porque as meninas disputavam um bonitinho, o mais bonito na época. Todas eram apaixonadas por ele.
Como pais, o nosso papel é supervisionar esse momento. Precisamos conhecer o pretendente, os pais, se for possível e jamais permitir que a paixão interfira nos estudos. Independente do sexo da criança, os pais devem ensinar que a formação é o primeiro marido/esposa do filho.
